Um artigo assinado por Brian Dumaine, editor da revista Fortune, apontou a China como o maior produtor mundial das chamadas tecnologias verdes. Para ele, enquanto a América estava focada em sair de sua crise financeira, o país asiático articulou-se para liderar o que promete ser a maior indústria emergente do século 21.
No texto, Dumaine chama atenção para um relatório do Breakthrough Institute, considerado catalisador de idéias, em Oakland. O documento aponta que a China, juntamente com o Japão e a Coréia do Sul, vai dominar a corrida de energia limpa com investimentos, inclusive, na América do Norte.
O lançamento de programas governamentais de investimento maciço para dominar esta indústria já é uma realidade entre os tigres asiáticos e, de acordo com o relatório, ultrapassaram os EUA em praticamente todas as áreas de energia limpas, incluindo energia eólica, solar, elétrica e o segmento de baterias veiculares.
“A América, no entanto, não deve se desesperar”, reforça Brian Dumaine. Ele faz menção a Alan Salzman, da Vantage Point Venture Partners, uma firma de capital de risco do Vale do Silício, que defende a necessidade de garantias governamentais ancoradas em políticas industriais, leis, regulamentos e no acesso a um pacote de capital e incentivo, para que as grandes indústrias do país se fortaleçam e diversifiquem suas ações. “Não se deve”, continua ele, “preservar e consolidar maneiras seculares de geração de eletricidade, alimentação, transporte e consumo de recursos naturais”, destaca.
Mas a América já mostra uma reação, aponta o artigo. Na tentativa de impulsionar investimentos no setor. O presidente Barack Obama concordou em gastar cerca de US $ 80 bilhões do pacote de estímulo às tecnologias verdes, valor considerado baixo diante dos 217 bilhões de dólares que o governo chinês pretende distribuir nos próximos cinco anos. Alguns especialistas pediram ao governo uma verba extra de US $ 15 bilhões por ano para aplicação em pesquisa básica para alternativas ao uso do carvão, avanços em energia solar e combustíveis alternativos.
Engenheiros
A BYD, uma companhia que produz carros elétricos na China, conta com 10 mil engenheiros trabalhando, para entre outras coisas, desenvolver outros tipos de baterias. Com o enxugamento do mercado automobilístico de Detroit, os EUA têm hoje um quadro de abundância de engenheiros, mas muitos necessitam de atualização profissional. Um sinal promissor é que um número crescente de instituições de ensino e pesquisa (como as Universidades de Purdue e do Colorado) está oferecendo cursos de graduação e pós-graduação em sistemas de energia elétrica.
Driblando a burocracia
A China acaba de lançar o projeto GreenGen com um investimento de US $ 1 bilhão para o desenvolvimento de um carvão vegetal super-eficiente que emite menos gases de efeito estufa do que os tradicionais. A Duke Energy (117ᵃ no ranking Fortune 500) confirmou parceria no GreenGen para compartilhar a tecnologia de carvão limpo. Por quê? Por causa da burocracia que pode atrasar em até oito anos a construção de uma fábrica deste tipo nos Estados Unidos, contra os três que estão previstos na China para o mesmo tipo de empreendimento.
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